Um dia, era meia-noite, a hora que marca o começo de mais um dia, e tudo começou. Era um dia especial e aquele rapaz não sabia disso, só o narrador desta história sabia. Como o mundo pode ser tão especial por sermos personagens e não saber o que nos irá acontecer.
Era meia-noite preparava-se para se deitar, estava exausto, tinha feito tantos trabalhos de casa, um teste e tantos “trabalhos
chatos” como diria ele, se estivesse aqui a redigir este texto.
Já abria a boca com tanto sono, mas ainda teve tempo antes
de se deitar para pedir algo especial, como sempre.
Abriu uma caixa de cartão, que guarda religiosamente por
debaixo da sua cama que é feita de madeira. Para ele é uma caixa especial. Se
alguém visse aquela caixa diria de certeza que era uma caixa de sapatos velha,
sem significado.
De modo que abriu a caixa pequena e grande ao mesmo tempo, e
no momento em que a abriu todo o quarto ficou cheio de luz.
Como é que uma caixa pode iluminar tanto o quarto daquele
rapaz? Fiquei sem perceber, mas ele só sorria.
Sorria como nunca. Nunca vi aquele rapaz a sorrir de forma
tão intensa, era um sorriso onde até os olhos se rendiam e então sorriram com
ele, o que contagiava mais aquele ambiente de luzes, de sentimentos em estado
puro, de coisas tão boas que pareciam não parar de sair daquela caixa estranha.
Talvez as luzes fossem causa do reflexo da Lua que entrava
pela janela que ainda não tinha fechado, afinal ele ainda estava a fazer algo
importante antes de se deitar. No entanto acho que deixou as persianas da janela
de propósito abertas.
A Lua estava cheia, um luar aberto, que encantava as
estrelas que pouco brilhavam perante o poder da sua força no céu. No entanto, todo
o céu vergou-se perante a luz daquele quarto.
O reflexo de luzes que encantavam os olhos de quem estivesse
ali pareciam vir de uma folha de papel.
De modo que levantou uma folha branca, translúcida, e um
pincel do tamanho da sua mão. Como a partir da cor branca se constrói o
arco-íris, aquele rapaz parecia ter naquela folha o arco-íris da sua vida.
No entanto a folha estava branca. Não tinha nada escrito,
nenhum esboço. Estranho alguém sorrir para uma folha branca do nada, no fim de
um dia cansativo.
Parece que já passaram 5 minutos desde que o rapaz abriu a
caixa de cartão mágica.
De modo que decidiu fechar a caixa porque o dia já vai longo,
pois precisa de acordar cedo, logo pela manhã, bem cedinho. No entanto talvez
agora sentia algo diferente dentro de si e pressentia algo que disse em
silêncio apenas para ele, mas que não consegui ouvir.
No fim fechou a janela do seu quarto, as persianas brancas,
preparou a sua cama e deitou-se com a almofada junto do seu queixo, sussurrando
algo que fez o silêncio tornar-se doce naquele quarto.
No entanto a história não acabou, ainda só agora começou.
Era dia de repente...
9 JAN, 2017 0
Segue-os no instagram!
© 2016 Sentimentos Verdadeiros. Todos os direitos reservados | Desenvolvido por Aquele que Gostava de Ser Feliz